Lucas Aribé na mídia

A CÂMARA DE VEREADORES ESTÁ DEVENDO À POPULAÇÃO

Data de Publicação: 18 de Maio de 2015

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Jornal Cinform - Política

18 de maio de 2015

Por Daniel Soares

 

O vereador Lucas Aribé, PSB, sempre foi um guerreiro. Deficiente visual, ficou conhecido na Capital sergipana pelos dons artísticos, quando tocava teclado e cantava. Formado em Jornalismo, chegou a ser comentarista esportivo em uma rádio, antes de se lançar na política.

Disputou a primeira eleição em 2012, conquistando um mandato de vereador na Câmara de Vereadores de Aracaju. Agora, com dois anos no Legislativo Municipal, ele contabiliza as realizações até aqui.

"Tenho tentado cumprir meu papel de parlamentar, executando as promessas que eu fiz durante a campanha. Isso, sabendo das dificuldades que temos na própria política e o papel que exerço no universo de 24 vereadores", afirma ele, em entrevista ao Cinform.

Lucas tem na acessibilidade a sua bandeira de militância. Mesmo sem enxergar, ele demonstra ter uma clara visão do que precisa ser feito para incluir os portadores de necessidades especiais na sociedade de uma forma plena . “Já foi um avanço significativo o fato de ter um vereador dedicado a esse tema, que busca modernizar o nosso município com ideias inovadoras", comenta ele.

E não foram poucas as propostas expostas até aqui.  “Apresentei, por exemplo, o projeto da bicicleta  adaptada, e dos cardápios em áudio, que é uma novidade no País", lembra. No entanto, mesmo sendo um bastião da causa dos deficientes dentro da Câmara, o próprio Lucas se vê, às vezes, com problemas.

"Esse dias, fui surpreendido com a apresentação do secretário Eduardo Matos, que veio à Câmara, apresentou o material no painel e eu não tive acesso", lembra.

Sobre política, Lucas Aribé defende que o PSB tenha candidato para a sucessão municipal no próximo ano. Para ele, só existe um nome nesta disputa: o do deputado federal Valadares Filho. "Ele foi muito bem votado em 2012, apesar de não ter ganhado. Ele merece uma nova chance de se colocar à disposição dos aracajuanos", assegura. Leia a seguir os principais trechos da entrevista.

 

Cinform - O senhor já tem dois anos de mandato. Como avalia o seu trabalho na Câmara de Vereadores até aqui?

Lucas Aribé - Tenho tentado cumprir meu papel de parlamentar, executando as promessas que eu fiz durante a campanha. Isso, sabendo das dificuldades que temos na própria política e o papel que exerço ao universo de 24 vereadores. Tenho ocupado o espaço da Tribuna para falar das necessidades do povo, cobrar do poder público, as melhorias para a população, que precisam ser bem atendida. Tive a aceitação dos colegas em projetos importantes, como por exemplo, a Lei da Acessibilidade e a dos Cardápios em Braille, sancionadas recentemente. As leis na área do consumidor, como a dos 15 minutos, o Programa Consumidor Consciente, a Lei das Comandas nos Restaurantes. Foram projetos importantes que a Câmara aprovou. Infelizmente, tivemos derrotas em outras propostas como a dos táxis adaptados. Tenho tentado cumprir o meu papel, sempre aberto para ouvir a população.

Cinform - O senhor milita sobre a questão da acessibilidade. Acredita que a partir da sua estadia na CMA, a Casa mudou o olhar para essa questão?

LA - Mudou e acredito que pode mudar mais. Porém, já foi um avanço significativo o fato de ter um vereador dedicado a esse tema, que busca modernizar o nosso município com ideias inovadoras. Apresentei, por exemplo, o projeto da bicicleta adaptada, e dos cardápios em áudio, que é uma novidade no Pais. Tenho discutido esse tema com vereadores, apresentando o que é a deficiência, o que é acessibilidade. E o poder púbico tem feito algumas ações -poucas, é verdade. Acredito que ainda é possível fazer muito mais e tenho cobrado aqui. O caminho só se faz caminhando.

Cinform - O senhor afirma que ainda há o que ser feito. Que as pessoas ainda estão se acostumando com a questão da acessibilidade. Já aconteceu, inclusive, situações onde secretários trouxeram propostas, como o orçamento, sem o braille. Não é isso?

LA - Já sim. E eu tenho cobrado. Esse dias, fui surpreendido com a apresentação do secretário Eduardo Matos (Meio Ambiente, que apresentou relatório de gestão 2014), que veio à Câmara, apresentou o material no painel e eu não tive acesso. Não posso mais admitir que essas coisas aconteçam, pois não é nenhuma novidade para a Prefeitura ter um vereador com deficiência visual. A gente lamenta. Eles melhoraram muito, no ano passado não tive praticamente nenhum problema. Mas, esse tipo de situação ainda ocorre.

Cinform - Ano que vem tem eleições municipais. O senhor pensa em se lançar candidato à reeleição?

LA - Tudo depende das discussões no partido, e também da reforma política, que é algo que me preocupa. Porque ela está sendo conduzida pelas pessoas menos indicadas: os próprios deputados e senadores. Acho que ela deveria ser feita pelo povo, respeitando a opinião popular. O que é que o povo quer? Como o povo quer eleger seus representantes? Quer voto distrital? Distrital misto? Um sistema totalmente diferente? Com mandato de quatro, cinco ou seis anos? Reeleição ou não?

A cota das mulheres também, porque sabemos que hoje elas são minoria considerável nos parlamentos. Essas discussões devem ser levadas ao público e a população precisa ser ouvida. Hoje, o meu pensamento é no meu trabalho, nos quatro anos para os quais fui eleito. Tenho muito a cumprir ainda.

Cinform - Você acredita que seu partido deve lançar um nome para a Prefeitura de Aracaju ou apoiar outro partido?

LA - Não só acredito como também defendo a candidatura própria do PSB. E o nome que vejo como mais preparado é do deputado federal  Valadares Filho, que foi muito bem votado em 2012. apesar de não ter ganhado. Ele merece uma nova chance de se colocar à disposição dos aracajuanos  - pelas suas ideias, por ser um jovem político brilhante no seu trabalho como representante dos sergipanos. Acredito que ele tem muito a oferecer ao povo de Aracaju.

Cinform - O senhor acha que a CMA atende o papel de servir a população e buscar melhorias para o povo, ou ainda está devendo?

LA - Acredito que está devendo, principalmente nos debates e na abertura do espaço para a população. O fato de ter uma tribuna livre nas terças-feiras é muito pouco. A população precisa ser ouvida, precisa participar das discussões, dos projetos importantes, principalmente naqueles que interferem diretamente com o bolso e o dia a dia. É preciso que o povo tenha voz nesta casa, e isso não tem acontecido. Estamos devendo muito no debate dentro do principal papel do vereador, que é votar os projetos buscando melhorias para a população.

Matéria Impressa Jornal da Cidade

 

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