Data de Publicação: 07 de Julho de 2014
A Universidade Federal do Espírito Santo (Ufes), com a colaboração do Instituto Nacional de Tecnologia (INT), desenvolveu réplicas aumentadas de células em três dimensões. O objetivo é difundir o estudo científico entre estudantes cegos ou com baixa visão, de maneira que eles consigam, por meio do tato, conhecer o formato das células.
Lucas está sentado em frente ao notebook e está com os papéis dos desenhos das células nas mãos
Ao ver a notícia, Lucas Aribé relembrou o período no qual estava no Ensino Médio e seu professor de Biologia, Victor, teve a sensibilidade de se preocupar diretamente com o seu aprendizado. Confira o depoimento de Aribé sobre o momento:
"Aprender a disciplina biologia na escola não é fácil, porém é necessário para nosso desenvolvimento intelectual, pessoal e profissional. Alguns estudantes sentem mais dificuldade de compreender os assuntos dada a sua riqueza de detalhes. No caso das pessoas com deficiência visual, a situação é mais evidente, porque, durante as aulas, conhecemos minuciosamente os animais, vegetais, ossos, músculos, etc. Mas, antes de tudo isso, começamos pelos três tipos de células, pequenas no tamanho e grandes na importância para a sobrevivência de todos os seres humanos. Lembro-me com muita alegria e emoção, após a análise dessa matéria, que em 2002, meu professor de biologia, Victor, quando planejou a aula sobre as células e sabendo que havia na turma um aluno com deficiência visual (eu), com toda a criatividade que lhe é peculiar, preparou de forma palpável o desenho das células para que eu pudesse “ver” com as mãos todas as suas partes e onde cada uma se localiza. Para elaborar esse trabalho, ele utilizou cartolina, massa de modelar, antena, cola quente, cordão, etc. Graças a essa iniciativa, uma verdadeira prática cidadã de acessibilidade, aprendi e nunca me esqueci do assunto. Muito obrigado, professor Victor, pela oportunidade e pelo privilégio de ter sido seu aluno durante três anos!"
“Tratar diferente o diferente é oportunizar com igualdade.”
Desenhos de células desenvolvidos pelo professor. São três páginas com três desenhos diferentes
Leia mais o projeto: http://bit.ly/1pykFqi