Data de Publicação: 22 de Março de 2018
Diante da flagrante exploração do trabalho infantil, sobretudo nas 33 feiras livres da capital sergipana, o parlamentar protocolou na última terça-feira, 21, uma indicação para que a Empresa Municipal de Serviços Urbanos (Emsurb) cadastre e uniformize as pessoas que trabalham com “carrego” em Aracaju.
“A legislação brasileira é clara ao imputar ao Estado e à família o dever de assegurar às crianças e adolescentes o direito à educação, à cultura, à dignidade. O trabalho infantil afasta essas pessoas da escola, reduz a sua capacidade de elaborar um futuro e pode provocar doenças que incapacitam para vida adulta produtiva. Meninos e meninas são coagidos a trabalhar em atividades que envolvem riscos físicos e psicológicos, numa flagrante violação aos direitos humanos”, afirma Lucas Aribé.
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Mas as feiras livres estão longe de oferecer o ambiente favorável para que o adolescente possa trabalhar e aprender, como preconiza a legislação federal. No Brasil, o trabalho infantil é proibido por lei. O do adolescente, porém, é admitido em situações especiais. A Constituição Federal considera menor trabalhador aquele na faixa de 16 a 18 anos (artigo 7º, inciso XXXIII). Na CLT, a idade mínima prevista é de 14 anos, desde que seja contratado na condição de aprendiz – o que exige diversos requisitos a serem observados, como o contrato de aprendizagem, a jornada de trabalho, as atividades que podem ser exercidas e a inscrição do empregador e do contratado em programa de aprendizagem e formação técnico-profissional.
“O trabalho do adolescente aprendiz não pode ser realizado em locais prejudiciais a sua formação, desenvolvimento físico, psíquico, moral e social. Não deve comprometer a frequência na escola, nem prejudicar o crescimento e o convívio familiar”, ressalta Lucas Aribé. Para o vereador, o cadastro e uniformização de todas as pessoas que fazem carrego nas feiras livres de Aracaju também é uma questão de segurança pública.
“É claro que a segurança é dever do Estado, mas a Prefeitura de Aracaju pode e deve tomar medidas para preservar a integridade física e a vida dos cidadãos que moram ou transitam em nossa cidade. E não é preciso ser especialista em segurança para saber que qualquer indivíduo, hoje, pode ser vítima de bandidos disfarçados de carregadores”, analisa Lucas.