Data de Publicação: 07 de Março de 2018
#PRaCegoVer - Presidente da sessão, Américo de Deus assina ata ao lado dos colegas parlamentares
Eram exatamente 21h38 dessa terça-feira, 6, quando um servidor da Câmara de Vereadores de Aracaju enviou e-mail a todos os parlamentares informando que não haveria a 8ª sessão ordinária nem audiência pública nesta quarta, 7, devido ao falecimento do esposo de uma funcionária da casa legislativa. Mas a sessão aconteceu. Entendendo a urgência da instauração das CPIs do Lixo e da Saúde, os vereadores Lucas Aribé (PSB), Américo de Deus e Kitty Lima (Rede), Emília Correia (Patriota) e Cabo Amintas (PTB) compareceram ao plenário e cumpriram todo o procedimento regimental. As presenças foram registradas em ata, devido à ausência de servidores para ligar o painel eletrônico. Com isso, o prazo para a mesa diretora da Câmara instaurar as comissões parlamentares de inquérito – definido pelo presidente Nitinho Vitale (PSD) – continua mantido até a próxima terça-feira, 13.
“Abrimos a sessão entendendo o momento de dor, de pesar, mas não poderíamos nos furtar da nossa responsabilidade perante o povo de Aracaju. A nossa função aqui é representar a população neste momento tão importante. São três sessões ordinárias para instaurar as CPIs, além disso temos proposituras para serem votadas. Portanto, nos consternamos com a dor da perda da servidora, mas não fugimos ao nosso compromisso”, afirma o vereador Américo de Deus, que presidiu a sessão.
O vereador Cabo Amintas, líder da oposição na Câmara, foi o primeiro secretário. Para ele, alguns colegas parlamentares se ausentaram como estratégia para adiar o andamento das comissões parlamentares de inquérito. “Considero uma falta de respeito para com a família da servidora se utilizar de um momento de dor para não comparecer ao plenário e protelar a instauração das CPIs. Todos nós, que estamos aqui, fomos ao velório, demos um abraço na querida servidora, na família, continuaremos acompanhando este momento triste, mas querer chamar o povo de Aracaju de besta, isso não vamos admitir. Viemos, abrimos e encerramos a sessão, o que é legal, de acordo com o regimento da casa”, diz.
“Independentemente do momento de dor, que é inquestionável e todos nós sentimos como seres humanos que somos, existe um dever a cumprir e do qual não podemos abrir mão, pois temos uma prestação de contas a fazer ao povo de Aracaju, somos pagos para isso. O pesar da Câmara poderia estar sendo representado por uma comissão de parlamentares, mas não realizar a sessão seria um desrespeito à população”, avalia a vereadora Emília Correia.
“Temos o sentimento de solidariedade e amor, acordei mais cedo para conseguir ver a família da servidora, dar o meu abraço, mas vim para a Câmara pois o prazo de instauração da comissão parlamentar de inquérito precisava ser mantido. É justo com a população que está esperando o resultado de duas CPIs, por isso realizamos a sessão de uma forma que possa valer legalmente”, diz a vereadora Kitty Lima.
Sem a mínima estrutura, sequer a pauta do dia foi enviada, os cinco parlamentares abriram a sessão às 9h14 e encerraram às 9h25. Lucas Aribé, que no início da manhã também prestou solidariedade à servidora da Câmara e seus familiares, ressaltou que a prestação de contas do secretário municipal da Fazenda, Jeferson Passos, também estava marcada para esta quarta. “O povo nos paga e cobra, devidamente, a presença e o trabalho. O parlamento está aqui para, em três dias na semana, se manifestar, votar, apresentar projetos, discutir, enfim. O secretário iria prestar as contas do último quadrimestre de 2017 no mês de fevereiro, não veio, e agora não se sabe quando ele vem”, lamenta o parlamentar.