Data de Publicação: 03 de Outubro de 2017
O vereador Lucas Aribé está utilizando a tribuna da Câmara para se pronunciar
Segundo Lucas, o município não tem os intérpretes da Libras e o que vinha sendo feito era a mesma prática cometida pelo Estado. “Continuam fazendo os processos simplificados e quando o contrato se encerra, ficam sem os profissionais na rede de ensino”, explica.
O parlamentar continua comentando que conversou com os dirigentes do Ipaese (Instituto Pedagógico de Apoio à Educação do Surdo de Sergipe), a única escola bilíngue de Sergipe sobre a situação da escola. “Os alunos têm acesso a todas as disciplinas que compõem a grade curricular de um aluno de ensino fundamental e médio, mas ocorre que a Instituição, a exemplo da APADA, APASE entre outras estão fechando as portas. O Ipaese está vivendo uma fase difícil de convênios que são firmados e não são pagos pelo Poder Público. Já existe a possibilidade da escola não oferecer mais o ensino médio”, lamenta.
Aribé explica que recentemente se reuniu com a secretária da educação de Aracaju e ela afirmou que a gestão municipal está pensando em colocar os alunos com deficiência auditiva no Ipaese para que a escola faça esse atendimento em uma escola bilíngue. “Ocorre que estamos no mês de outubro e o ano letivo já está acabando e as pessoas surdas estão sendo atendidas de que forma? Perder o ano é um prejuízo sem tamanho e aqui não é discurso de oposição não porque isso não é feito com filho de autoridade. Nenhum deles tem filho surdo não, porque se tivesse já teria resolvido esse problema”, aponta.
Para o vereador, as pessoas surdas estão querendo estudar e ter sua formação com qualificação. “A maioria deles não tem condições de pagar uma escola particular por receber apenas o benefício do BPC. Eles vão para o ensino público municipal e não tem o intérprete da Libras. É lamentável isso. A mesma coisa acontece com o Estado porque ainda tem alguns intérpretes na base do Processo Simplificado e o Ministério Público já solicitou concurso para a área e não fazem”, explana.
“O problema é que o ano já está indo embora e esse pessoal vai ficar sem atendimento e sem aula. Já pensou em um aluno surdo em sala de aula sem o intérprete? Como ele vai se comunicar? É o mesmo que tratar um ser humano como se fosse um objeto e tê-lo como figura decorativa”, finaliza.
Central de Intérprete da Libras
O parlamentar diz que a Central de Intérprete da Libras, criada em 2016 pelo Estado já foi fechada e não completou nem um ano de funcionamento. Fui um dos que mais lutou nessa Casa pela criação da CIL desde o início do meu mandato e venho cobrando uma solução. Isso é discurso de oposição? Isso é revolta porque essas pessoas com deficiência são cidadãos e merecem respeito”, completa.
Matéria: Maraisa Figueiredo
Foto: César de Oliveira
Descrição da Imagem: #PraCegoVer: A foto está em formato retangular com um fundo na cor cinza e ao centro da imagem está o vereador Lucas Aribé com um terno mostarda, camisa branca, gravata vinho e com uma fitinha com formato da letra e na cor rosa bebê em homenagem ao outubro rosa fixada no blazer do terno do lado direito do peito dele. Ele está falando no microfone da tribuna da Câmara Municipal de Aracaju na cor preta.