Data de Publicação: 09 de Janeiro de 2016
Jornal do Dia - Política
09 de janeiro de 2016
A formação atual da Câmara de Vereadores de Aracaju é apontada como uma tragédia no cenário político local, mas pelo menos para um vereador a sociedade deve tirar o chapéu. Ele se chama Lucas Aribé (PSB), jovem que possui uma deficiência visual e uma habilidade sem igual para a política. Uma surpresa que fez um bem danado à sociedade aracajuana, principalmente quando se trata de pessoas com algum tipo de deficiência em busca de inclusão e acessibilidade.
Claro que parlamentares como Iran Barbosa (PT) e pouquíssimos outros merecem todo o respeito do eleitor. Aliás, em termos de preparação política e ideologia, os demais 23 vereadores precisam percorrer muita estrada para se aproximar de Iran. Mas o caso de Lucas Aribé é impar. Mesmo sendo de oposição ao prefeito João Alves Filho (DEM), sabe dialogar abertamente quando necessário. Sabe abrir portas. Isso porque ele enxerga nitidamente as necessidades daqueles que dependem de sua atuação parlamentar.
Esta semana foi bonito ver a vibração do jovem Lucas com a entrada em vigor da Lei 13.146/2015, sancionada pela presidente Dilma Rousseff (PT) no dia 6 de julho de 2015, mas que começou a valer neste mês de janeiro. Essa lei irá beneficiar quase 50 milhões de cidadãos brasileiros com deficiência.
"Estive envolvido em todos os momentos que antecederam a sanção desta Lei, inclusive apresentei propostas de emendas ao PL em parceria com instituições e órgãos públicos sergipanos. Durante a votação no Senado, por exemplo, acompanhei pessoalmente as discussões representando a Câmara Municipal de Aracaju", informa o vereador Lucas Aribé. Para ele, o Brasil caminhará agora de fato para a consolidação da acessibilidade, principalmente nos espaços públicos, que representa a maior carência para as pessoas com deficiência.
"O Brasil abraça as causas da pessoa com deficiência, inclusive sendo o primeiro país da América Latina a aceitar a convenção internacional sobre os direitos das pessoas com deficiência como uma emenda constitucional. Vivemos um momento histórico para o Brasil", disse, sem esquecer de agradecer o apoio que recebeu dos parlamentares sergipanos, tanto em Brasília como também por aqui.
Diante das várias conquistas que a Lei Brasileira de Inclusão da Pessoa com Deficiência proporciona, Lucas Aribé destaca duas delas. "O próprio conceito de pessoa com deficiência muda a partir da nova Lei, que faz uma junção, uma união entre a pessoa e o ambiente em que ela se encontra. Se sou deficiente e estou em um ambiente acessível, por exemplo, eu não sou mais considerado uma pessoa com deficiência. É uma visão moderna que facilita a diminuição do preconceito", explica Aribé, destacando ainda a eliminação do termo ''inválido" para se referir à pessoa com deficiência."Nenhuma pessoa é inválida, muito menos a pessoa com deficiência. É uma conquista extraordinária, que chegou tarde, mas vamos comemorar", enfatizou o parlamentar.
Este Projeto de Lei começou em 2003, através do senador Paulo Paim (PT) e foi aprovado no Senado em 2006. Depois seguiu para a Câmara, que votou em 2014 e em 2015 retornou ao Senado. Este Estatuto vêm como um complemento, como um acréscimo modernista, para a legislação brasileira. Além disso, garante conquistas importantes para as pessoas com deficiência e para toda a sociedade brasileira. ”Era uma luta que já durava 12 anos, de idas e vindas", comemora Luca Aribé.