Data de Publicação: 10 de Novembro de 2015
“Faço uma crítica muito tranquila ao governador e ao prefeito, pois é inadmissível atrasar ou parcelar salário de servidor”, reclamou o vereador Lucas Aribé (PSB) na tribuna da Câmara Municipal de Aracaju (CMA), nesta terça (10). Para o parlamentar, usar a desculpa da crise financeira é resultado de uma crise de valores que invade o país. “Vivemos uma crise de valores. Um país que precisa de Estatuto do Idoso, da pessoa com deficiência, da criança e do adolescente... A Constituição não basta? Todos são iguais e devem ser respeitados”, destaca o vereador.
Priorizar os salários dos servidores que mantém a máquina pública em funcionamento, pontua Aribé, é o mínimo que um gestor deve fazer ao assumir uma função pública. “Se o gestor tem o perfil de priorizar obras, então realmente vai haver situações como esta que estamos assistindo em Aracaju e em Sergipe. Mas há gestores que têm um trabalho social justo, respeitoso, digno, a exemplo do que fez Marcelo Déda e Edvaldo Nogueira. Deixo aqui o meu repúdio aos atrasos e parcelamentos de salários”, reclama Aribé.
Em aparte, o vereador Anderson de Tuca (PRTB) concordou com o parlamentar e elogio sua liderança. “Concordo com Vossa Excelência. Salário é alimento. Se dívidas também pudessem ser parceladas até poderíamos aceitar isso. Vossa Excelência é uma grande liderança e que mostra sua insatisfação com a atitude da Prefeitura e do Estado. Deixar de pagar por negligência é um absurdo, pois são pais de família que precisam muito”, ratifica Tuca.
Aribé agradeceu os comentários do colega e falou em nome dos servidores. “Estão sofrendo, pois receberam R$ 1.000 para depois receber o restante. Além disso, alguns têm planos do Banese, com desconto de serviços. Imaginem! Não posso ser a favor de nenhum gestor que atrase salários”, argumenta o vereador.
João das obras
Ainda na tribuna, Lucas Aribé lembrou a campanha do prefeito de Aracaju na qual ficou conhecido o jargão “Foi João que fez”. Segundo o parlamentar, nestes três anos de administração municipal poucas obras foram concluídas. “O Governo Federal liberou R$ 113 milhões para a mobilidade urbana de Aracaju. Cadê este dinheiro? O que se vai ouvir nas ruas ano que vem será: “Foi João que não fez”. É uma incoerência muito grande, porque se ouve dizer que não foram feitas obras porque não há recurso em decorrência da crise financeira. Mas e cadê o dinheiro para pagar os servidores?”, lembra o vereador.
Por Waneska Cipriano | Foto: Acrisio Siqueira